
CHEFCHAOUEN | SUCESSO DE INSTAGRAM OU REALIDADE?
É impossível falar em Chefchaouen, sem pensar naquelas fotos instagramáveis, cheias de cinquenta tons de azul. Temos de admitir que decidimos incluir a cidade no nosso roteiro por Marrocos, influenciados por aquelas cores que nos passeavam no feed do Instagram.
Chefchaouen seria a primeira cidade a visitar dentro do nosso roteiro. Depois de 8h de carro desde Marraquexe, chegámos à pérola azul de Marrocos.

Sobre Chefchaouen...
O nome Xexuão (Chefchaouen) advém das duas montanhas (Kelaa e Megu) que ladeiam a cidade e que significa “os chifres”. Foi fundada em 1471 e pertence à região de Tânger-Tetuão.
Devido à sua localização nas montanhas de difícil acesso, a povoação serviu, na altura, como base de diversos ataques contra os portugueses. Originalmente, a cidade era povoada por exilados da região da Andaluzia e, é por esse motivo, que Chefchaouen se assemelha a povoações dessa região espanhola, com ruelas de traçado irregular, estreitas e casa caiadas de azul e branco.
É considerada um local sagrado por ali se encontrar o túmulo do santo padroeiro da região de Jebala, o surfista Moulay Alami.
A cidade tem vindo a expandir-se fora das muralhas da cidade antiga e é um importante centro turístico do país.


Onde Dormir?
Mal chegámos, fizemos o check in no Puerta Azul, um hotel super pitoresco fora da Medina.

Onde Comer?
Procurámos um sítio para comer e relaxar, enquanto a noite caía e começava o rebuliço na cidade. Para a primeira refeição de comida tradicional marroquina escolhemos o restaurante Sindibad.


O que visitar?
Praça Uta El-Hammam, Grande Mesquita, Souk, Kasbah, Medina, Fonte da Praça Bab El Sor.
Depois do jantar, apesar de cansados da viagem, decidimos dar uma volta pela cidade. As vibrações daquele sítio venceram o nosso cansaço e demos por nós a caminhar, cerca de duas horas, com destino a todo o lado e sem destino nenhum.
O souk de Chefchaouen tem uma alma diferente dos outros souks marroquinos que visitámos. Absorve-nos de tal forma, que não somos capazes de parar. Queremos explorar mais uma rua diferente, ora a de cima, ora a de baixo. Depois de subir e descer tantas travessas estreitas, às tantas, não sabemos bem onde estamos… Mas não faz mal. Essa é a graça de Chefchaouen, não precisamos de um mapa, um roteiro. Chefchaouen não se conhece a fazer check numa lista. Não. É preciso vaguearmos, meio perdidos naquelas ruas, para também nós fazermos parte daquele sítio.

Somos arrastados pela multidão. Os turistas param porta a porta, ora para comprar souvenirs, ora especiarias. Os comerciantes, assentam arraiais para além da loja, com bancas de artesanato. O povo de Chefchaouen, afável e de semblante respeitoso, caminha misturado com os turistas, uns encostados aos outros, no pouco espaço que existe nas ruas. E fomos absorvidos pela noite agitada de Chefchaouen.
Na manhã seguinte, saímos do hotel para explorar a Medina e ver, durante o dia, o que o rebuliço da noite não tinha permitido.




Ao entrarmos nas muralhas parecia que estávamos num local completamente diferente do dia anterior. Não havia barulho! Pelas ruas vagueavam poucas pessoas e as lojas estavam fechadas. A cidade parecia adormecida. A rotina era bem diferente da Europeia.


Perdemo-nos novamente dentro da muralha. Quisemos voltar a um sítio que tínhamos visto na noite anterior, mas não encontrámos. Das ruas confusas e apinhadas, às ruas vazias e sem comerciantes, foi difícil perceber quais tinham sido os sítios por onde tínhamos andado na noite anterior.
O que tem Chefchaouen de tão especial? Ali, o povo sabe que o maior trunfo deles é deixarem os turistas caminhar livremente, apenas com um “bom dia” ou um “olá”, bem diferente das restantes cidades marroquinas.




Sucesso do Instagram ou realidade?
O mundo das redes sociais pode ter coisas muito negativas, mas cremos que o prato da balança pende mais para o lado positivo, se retirarmos o devido proveito desse mundo, a partilha. O que nunca sabemos é se aquilo que nos é apresentado nessas redes, é real ou produzido. É por isso que é preciso ir, ver, observar e absorver, com os nossos próprios olhos.
Recolhemos os cinquenta tons de azul mais bonitos que alguma vez vimos. A viagem de oito horas de carro fez todo o sentido, porque Chefchaouen é muito mais do que um gueto pintado de azul.
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